terça-feira, 12 de maio de 2020


Cheguei atrasada pela primeira vez.
A minha estreia teve direito a vénia.
Esperavas-me ansioso como um noivo no altar.
De sorriso rasgado fizeste-me vibrar em 3 segundos apenas.
É mágico...
Quando os nosso olhos se encontram, há todo um mundo lá fora que congela.
Fica um suspense no ar e tudo conspira a favor de um beijo fervoroso.
Dá-se um Click e tudo volta a ser como antes.
Não. Melhor.
Renasce-se das cinzas sempre mais fortes, correcto?

Ainda suspiro ao escrever estas palavras...
Tudo é melhor quando fazes parte do argumento.
Não há filme sem personagem principal... e isto nunca foi um monólogo.
Estamos perante um romance interminável de vidas passadas e futuras.
Entrelaçados pelo Universo, sentimos isso desde o primeiro dia.
A nossa história tem vida.
Há emoção, lágrimas e drama.
É um pulsar constante de emoções.
Escrevemos e reescrevemos a nossa história, vezes sem conta.

Desta vez ficámos separados mais tempo...
O silêncio quase me matou.
Sonhei contigo noites a fio, esperando acordar um dia com um sinal teu.
E ontem acordei com uma mensagem "Beijoooosss..."
O alinhamento astrológico deu-se.
Vibrei e sorri, iluminando toda casa.

Assim que ouvi a tua voz, percebi.
Vieste procurar abrigo.
Conversámos durante horas, sem nunca falarmos de nós.
Ignorámos o longo tempo de ausência e desfrutámos um do outro, rindo e contado piadas.
Até chegar um silêncio constrangedor da tua parte.
Quando me dei conta, corei e parei.
Fitavas-me consolado e um pouco comovido.
Quebraste o silêncio ao dizer:
"És a única pessoa em quem confio totalmente!"
Repetiu mais 2 vezes.
Comovido acrescentou: "És a única pessoa que não me mente!"

Nesse mesmo instante levantei-me e corri-lhe para os braços.
Senti um amor tão grande naquele momento que me custou respirar durante alguns segundos.
Foi ali que nos voltámos a reconectar.
O nosso respirar alinhou-se ao mesmo ritmo e caímos numa espiral de paixão.
Dali em diante foi um rodopiar de emoções, prazeres carnais, beijos sôfregos e êxtases.
As nossas mãos entrelaçaram-se sem mais largar
e ali permanecemos, olhando-nos, amando-nos, entre lágrimas de dor e prazer.



Toi & Moi

sábado, 18 de maio de 2019


Naquele dia não respondeste ao meu email.
Eu sabia que este dia iria chegar...

Os silêncios mostraram-me alguns sinais.
Era como se estivesse numa dieta em que, aos poucos, vamos fazendo o desmame daquilo que nos faz menos bem. 

Não quiz foi ver o açúcar a diminuir aos poucos na minha vida...
Quem é que quer deixar de sentir o doce gosto na sua boca...?

Esse dia chegou.
O último dia da dieta.
A partir deste dia não podia mais "consumir-te".
O meu dia-a-dia teria de ser mudado de vez.
Hábitos. Gostos. Pensamentos.

RESET.

Será que também há grupos de apoio para isto...?

Um dia disseram-me que é como uma morte. Faz-se o luto e depois segue-se em frente.
Não sei quem inventou isto...
Apesar da intenção ser boa, essa pessoa não me chegou a perguntar se eu alguma vez segui em frente depois de uma morte...


sábado, 9 de março de 2019

Tantas vezes tentei dizer-te que a nossa história não foi um mero acaso.
Um reencontro de almas é um momento único.
Devia poder parar-se o tempo para celebrar com champanhe.

Quando dois amantes se reencontram após tantas vidas, o Universo conspira a favor.

E o nosso reencontro foi mágico.

Concordarias se eu dissesse que o nosso amor nasceu quando me escreveste uma carta.
Uma carta manuscrita numa caligrafia cuidada mas com um toque de ansiedade.
Querias conquistar-me nos pequenos pormenores.

E foi ali que me apaixonei.

Num mundo perfeito a nossa história de amor teria sido invencível.

Tínhamos tudo para dar certo. Excepto o timming.
O timming nunca foi o nosso forte.

Houve sempre alguém que chegou primeiro à estação.
E o outro perdeu o comboio.

E tem sido assim esta nossa história de encontros e desencontros.
Por vezes cruzamo-nos em algum aeroporto, mas já com bilhete de ida para outro voo.

Agora já sou só eu que escrevo as cartas.


E tantas foram as vezes que refiz as cartas que te escrevi.
As palavras que risquei.
As horas que passei a reviver cada palavra que dissémos.
Cada momento em que nos olhámos em silêncio, sabendo exactamente o que cada um pensava.

E um dia deixaste de acreditar.
Perdeste a fé.
Desviaste o olhar e deixaste um espaço entre nós.
Os silêncios foram mais longos.
As esperas maiores e as cartas deixaram de se escrever.

Mas eu continuo a escrevê-las, uma e outra, na minha cabeça.
Com ou sem as palavras certas, escrevo longos poemas de amor, prolongando-me nos pormenores que me lembram de ti.
Mas já não as envio. Não sei para onde.
Perdi-te algures entre uma estação e outra.

Deixei-te acreditar que já não te amava.
Mas procuro um pouco de ti em todos os homens que passam por mim.
Uma voz. Um sotaque. Um azul no olhar.
Em cada homem que se cruza no meu caminho procuro desesperadamente traços de ti.

Só eu tenho fé agora.
Continuo a acreditar que o nosso reencontro não foi um mero acaso.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016



















Acabou-se a estrada.
Sentada na poeira do meu rasto,
contemplo as sombras de mim que ficaram para trás.
Ainda correm, desgastadas.
Está quase.
Estamos quase todas a chegar.
Onde... não sei.
Ainda só vejo poeira.
Oiço o meu batimento cardíaco acelerado.
Sinto as pernas a tremerem e a quererem vacilar.
As mãos ressequidas, fechadas em punho, vindas da guerra.
Estou cansada de fugir.
Respiro fundo, mas ainda descontroladamente.
Os pensamentos são confusos
e o modo sobrevivência está ligado.
Talvez eu seja isto.
Uma Alma que veio da guerra.

A poeira assentou.
Ergo-me no horizonte com fé.
E volto-me para trás.
Pela estrada da morte, de peito aberto, 
enfrento de vez o inimigo.
Fugir não é mais uma opção.

Não tenho medo de morrer.
Parte de mim já se foi.
Uma grande parte de mim morreu há tanto tempo...
Que venha de lá essa Lança de Luz Azul
e me trespasse de vez.
A nenhuma Alma é permitido viver sem Amor.


terça-feira, 4 de dezembro de 2012














Hoje mendiguei por Amor.
Hoje, Ontem e talvez Amanhã.
Fiz aquilo que tanto critico nos outros.
Cometi loucuras.
Gritei. Chinguei.
E depois chorei.
Chorei todas as lágrimas que tinha no corpo.
Lágrimas de anos.
Lágrimas de todas as vidas passadas.

domingo, 23 de outubro de 2011

"Our Love was heard by the Gods"

Neste momento em que tu e eu nos olhamos,
o mundo reduz-se a isto...
a nós.
Entrelaçando as mãos,
sorrimos de novo,
felizes,
tu e eu,
nesta bolha de ar só nossa.
Deslizamos em forma de dança,
rodopiando e vendo o céu girar sobre nós.
Os movimentos outrora de Tango,
abrandam agora em forma de Valsa
e olhamos cada detalhe das nossas mãos.
Como encaixam bem uma na outra...
E num movimento louco,
deixamo-nos caír numa imensidão de amor.
Enrolados dentro desta nuvem branca,
entramos numa realidade paralela
mergulhando no mundo um do outro.
Elevam-se plumas pelo ar,
esvoaçam soltas,
rebeldia fugaz,

felicidade iminente.
Entre suspiros e toques,
irrompem suavemente pela relva molhada,
onde a tarde se prolonga
nesta imensidão de mel e prazer.
Suor doce e frio,
tortura esta...
entre o bem e o mal.

sexta-feira, 16 de julho de 2010


Ainda ontem a minha vida era assim...
Descomplicada...
Desamante...
Desinfeliz...
Desinteressadamente simples.
Ausente das histórias de amor;
Inescrita nos livros de poesia;
Apagada da lista do Cupido;
Longe de qualquer encontro e desencontro.