segunda-feira, 15 de agosto de 2016



















Acabou-se a estrada.
Sentada na poeira do meu rasto,
contemplo as sombras de mim que ficaram para trás.
Ainda correm, desgastadas.
Está quase.
Estamos quase todas a chegar.
Onde... não sei.
Ainda só vejo poeira.
Oiço o meu batimento cardíaco acelerado.
Sinto as pernas a tremerem e a quererem vacilar.
As mãos ressequidas, fechadas em punho, vindas da guerra.
Estou cansada de fugir.
Respiro fundo, mas ainda descontroladamente.
Os pensamentos são confusos
e o modo sobrevivência está ligado.
Talvez eu seja isto.
Uma Alma que veio da guerra.

A poeira assentou.
Ergo-me no horizonte com fé.
E volto-me para trás.
Pela estrada da morte, de peito aberto, 
enfrento de vez o inimigo.
Fugir não é mais uma opção.

Não tenho medo de morrer.
Parte de mim já se foi.
Uma grande parte de mim morreu há tanto tempo...
Que venha de lá essa Lança de Luz Azul
e me trespasse de vez.
A nenhuma Alma é permitido viver sem Amor.


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